sábado, 20 de outubro de 2007

Oscilas


E oscilas à vontade do vento, de um lado para o outro, como se ele e apenas ele comandasse a tua existência. Voas ao seu sabor, sonhando apenas. E quando sonhas, quem és? Deixas de oscilar e tornas-te gente? Deixas de ser controlado e passas a controlar? É quando sonhas que apareces, que nasces, que vives. Mas não morres. Repara que nunca morres. É apenas quando fechas os olhos e voas para um mundo que (des)conheces que passas a ser real, a respirar. Aí e apenas aí. É assim que encontras motivos, razões e verdades. Joga as mentiras, deixa que agora sejam elas a voar ao sabor do vento que outrora te comandou a ti. Não te preocupes. O vento não manda em mim e eu faço parte do teu sonho. Permaneço ao teu lado, dou-te a mão e peço-te que sigas viagem comigo. Tu sorris e segues. Sem rumo, sem direcção.
Um dia, quando acordares e fores transportado para o mundo que já conhecias, onde tudo te controlava, onde conseguias viver apenas na frustração e onde respeitavas as horas de tédio a passar, vais ver que o vento já não te faz oscilar, não te comanda e não te perturba. Aprendeste a confiar. O teu vento sou eu. Deixa que te agarre, voa comigo.