sábado, 11 de julho de 2009

Adeus

Sentei-me e chorei compulsivamente durante horas, embebida nas minhas próprias lágrimas. Deitei-me e chorei toda a noite. Estive durante dias sem conseguir articular palavras com nexo, entre choros e insónias permanentes.
Senti que a música chegou ao fim. Pelo menos aquela que deste aos meus ouvidos durante semanas seguidas. Aceitei isso. Percebi que não podias estar ao meu lado enquanto chorava, a afagar-me os cabelos e a beijar-me a face rosada porque nem sequer sabias que eu chorava.
Enquanto me embebia em lágrimas fui-me odiando. Mas nunca tive capacidade para te odiar a ti. Gastei horas a olhar para fotografias tuas, a perceber os teus motivos, a tentar desculpar as tuas atitudes.
Aos poucos fui-me desprendendo do que me lembrava de ti. Foram os tais bocadinhos da minha vida que arranquei, não de forma aleatória mas, da forma mais ordenada possível. Hoje durmo descansada. Percebi que errei, mas percebi também que nada altera os meus erros. Lamento apenas que, por tua causa, tenha aprisionado tanta gente ao meu passado.