domingo, 18 de janeiro de 2009

Aprender

Há noites em que o sono vem e há outras em que teima não chegar, há noites em que não vem e queremos que ele chegue, há outras em que desejamos que ele não bata à porta mas ele vem rapidamente, imponente sobre o tanto que temos ainda para fazer. Ultimamente, tem vindo com o seu ar de quem manda em tudo e eu rogo-lhe pragas e mando-o embora. E quando finalmente caio numa qualquer cama, ou num qualquer canto, ele preenche-se de sonhos e de coisas sem sentido. E quando acordo, não há sonho nenhum. Há sim mais um dia longo e incessante pela frente. Mais um dia em que tudo será igual, mais um dia em que a única coisa que me faz querer levantar e sair são as pessoas, as caras delas, os sorrisos delas para mim, a forma como me olham e como me compreendem. A forma como me apoiam, como me ajudam e dizem ‘Vai correr tudo bem’. Porque mesmo que eu não acredite nelas, sei que fazem tudo para me ver Feliz. E na verdade, eu acho que têm conseguido.
Antes tinha medo que o mundo girasse e agora deito-me com medo que ele pare. Há dias dizia que o Mundo podia acabar e agora peço por tudo que ele não acabe. A cada dia que passa tento parar os ponteiros dos relógios que me controlam e me restringem os passos, a cada dia que passa exploro alguém e percebo que há pessoas fantásticas. Em contrapartida há também aquelas que julgamos serem as melhores pessoas mas que se revelam as piores. E são essas que devemos esquecer, e a quem devemos provar que o Mundo continua (porque nós queremos que ele continue) e que somos bem mais fortes que tudo aquilo que nos fizeram viver e portanto, sofrer. Estou… a aprender a ser Feliz. Alguém me vai ensinando a (sobre)viver.

18012009.1315

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Um dia, talvez

Por mim o Mundo podia acabar hoje; acho que não me afectava minimamente. Eu já sorri mil vezes, quando tenho é vontade de desatar a chorar. Eu já reconfortei quando preciso é que me abracem e digam que vai correr tudo bem. Eu já pensei em mil coisas sem sentido. Apetece-me, agora sim, desistir de tudo. De mim mesma, também. Não faz sentido, não foi isto que eu idealizei, não foram estes objectivos que tracei, não é sequer isto que quero para mim. Se tiver de ir, vou. Mas não me apetece deixar mais a minha vida entregue ao destino. Porque é a minha vida e sou eu quem a vive e só eu sei quanto me custa vive-la. Porque são os meus objectivos e só eu sei o trabalho que tive para os traçar. São os meus sonhos e, como já alguém dizia, só eu sei quanto custa sonhá-los. Estou louca para que tudo isto acabe, de uma forma ou de outra. E agora que estou a chorar em cima do teclado, o melhor mesmo é desistir de me tentar perceber a mim mesma. Alguém o há-de tentar fazer, um dia.
050109.1704