sábado, 29 de agosto de 2009

Amores

Eu já percebi que raramente vês; já percebi que raramente ouves. Infelizmente há pessoas assim; amores assim. Há amores que ficam, amores que vão, amores que caem. Eu não percebo para que servem os teus olhos se não és capaz de chorar. Não percebo para que serve a tua boca se não és capaz de beijar. Não percebo para que serve a tua memória e as recordações que guardas se não és capaz de lembrar. Não me importo. Achei que já não me doía e percebi que dói na mesma, com a mesma intensidade que doía há 4 meses atrás; eu é que aprendi a gerir a intensidade da dor causada. Aprendi a respirar com ela sem que o meu peito palpite, aprendi a sorrir sem denunciar um falso sorriso, aprendi a chorar sem fazer brotar lágrimas dos meus olhos, aprendi a colorir a vida sem precisar dos teus lápis de cor, aprendi a sentir o sangue pulsar sem achar estranho e incómodo. Aprendi que estou imune e aguento quaisquer que sejam os amores que me esperam. Quer sejam dos que ficam, dos que vão ou dos que caem. Quer sejam de Outono ou de Primavera, quer sejam de adulto ou de adolescente, quer matem ou dêem vida. Quer sejam eternos, que acabam de vez. Há amor amigo, há amor tão longe, há amor de inverno, há amor passageiro, há amor despido, há amor adulto, há amor secreto, há amor que mata, há amor tão fraco, há amor eterno (..) que acaba de vez. Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar.