sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Cinco. Ou Seis.

Escondo-me do Mundo e fujo de ti. Vivi horas (quase) intermináveis presa a alguém que desconheço. Agora, está na altura de mudar de rumo. Deixei que decidisses. Esperei no lugar que fizeste meu. Agora, acabou.
Gostava de ser como ele e não pensar. Recusar o pensamento. Conformar-me. Não procurar, esperar apenas. Depois, acabo por não conseguir recusar seja o que for e percebo que não sou mais do que uma peça de uma fragmentação de um qualquer outro eu. Dou por mim já no ridículo da situação que projectei. Nunca poderei ser uma fragmentação de um outro eu porque não consigo completar seja quem for. Sou apenas uma. Mais uma. Projectei e falhei.
Talvez tenha ficado tempo demais sentada em frente à janela fechada a tentar abri-la (ou que a abrisses) e não tenha percebido que, mesmo ao lado, estava uma outra janela aberta para mim. Muito menos percebi que enquanto esperei que abrisses a tua janela, eu era a janela de alguém.
Mergulho silenciosamente em harmoniosas melodias que me recordam o que já fui e o que sou. Não quero. A única coisa que eu sei é que não quero. Cubro-me de medo, mergulho no nada em que me tornaste. Sinto que a cada minuto que passa, desfaço todos os sonhos. Quebro-os a todos, como se fossem espelhos que já pouco reflectem. É como se em cada fragmento, me matassem um dos sentidos. E cuidado porque eu só tenho cinco. Ou seis.
Choro. Grito. Desfaço. Projecto. Falho. Consigo. Aguento. Traço-te.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Caminhos

Preciso que sigas viagem. Segue o teu caminho, para eu começar a definir o meu. Chegou a altura de decidir, partir em busca, encontrar. Não sei se deva procurar ou esperar. Sinto que não existo a cada dia que passo sem ti. Sinto que fica sempre tudo por dizer a cada momento que me cruzo contigo numa estrada que percorremos em lados opostos. Há momentos em que nem me sinto.
Cada vez acredito mais que tudo isto não passa de um sonho, de uma barreira que construí com o mundo, com a vida. Dói só o facto de ter de respirar. Em cada inspiração, mais um bocado de ti que se entranha em mim. Preciso que chegues bem perto e sussurres ao meu ouvido aquilo que sentes. Sem mentiras, sem omissões. Está traçado. Está escrito numa linha qualquer da minha mão. É apenas um traço, e define tudo aquilo que ainda nos falta viver.
Leva-me. Preciso que me mostres tudo aquilo que ainda não vi, viver tudo o que ainda não vivi. É nestes momentos que podemos ir sozinhos, ou pegar na mão de alguém. E eu quero descobrir o que falta, contigo ao meu lado. Só espero que a estrada que percorremos agora em lados opostos se cruze, no fim, num plano perpendicular. Pretendo seguir viagem ao teu lado. Afinal, está escrito. Maktub.