quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Sacos cheios de nada

Pedi-lhe um saco cheio de tempo. Um cheio de paciência, um cheio de força, um cheio de bons momentos, aliado a uns sorrisos sinceros. Pedi-lhe pouco, e afinal ele não me deu nada. Não me deu tempo; tirou-mo. Não me deu paciência nem força. Não me deu coragem, nem imortalidade. Foi-me dando as melhores pessoas, essas que me causam sorrisos sinceros e me fazem viver os melhores momentos. Foi-me roubando outras, com o passar do tempo (que nunca tenho). Pensei pedir-lhe o Mundo, também. Depois percebi que o Mundo já foi meu, mas já não é. Se calhar, nada do que eu acho ser meu o é, na realidade. Se calhar…

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mais uma vez

Hoje o silêncio incomoda-me. Preferia ouvir a chuva bater no vidro ou uma qualquer música que por instantes me captasse a atenção e me fizesse esquecer tudo o que sinto, ou as centenas de equações que criei e da quantidade infinita de incógnitas que coloquei em cada uma delas; são agora impossíveis de resolver. Deixei que o tempo passasse e levasse consigo cada momento, cada recordação, cada sítio nosso. Parece que ainda não lhe dei tempo suficiente, a única coisa que ele me traz é saudade. Dou por mim a pensar em coisas que vivi, dou por mim a chorar por recordar momentos em que nada equiparava o meu sorriso.
Até que ponto a nossa vida depende da vida dos outros? Até que ponto precisamos dos outros para ser felizes? Até que ponto os magoamos quando só queremos que não sofram? Até que ponto nos magoamos a nós próprios por simples egoísmo e teimosia? Até que ponto nos arrependemos? Até que ponto sabemos perdoar? Até que ponto tudo isto faz sentido? Porque é que me viras as costas quando eu preciso apenas que a tua mão toque no meu ombro e que digas que estás comigo para tudo? Porque é que vais embora quando o que eu preciso é apenas de um abraço teu? Porquê? Foste e não tencionas voltar. Talvez seja melhor assim. Eu vou, também, tentar livrar-me desta saudade que me consome todos os dias. Vou tentar livrar-me das lágrimas que, mais uma noite, se apoderaram de mim sem que eu as conseguisse controlar. Há dias que marcam a alma e a vida da gente.. e aquele em que tu me deixaste… não posso esquecer.
15122008.0200